De acordo com a CNBC, Facebook permite bloqueio de anúncios políticos na rede social nas eleições de 2020 nos EUA.
A seguir, oferecemos uma descrição do que está sendo lançado atualmente para os usuários do Facebook nos EUA, um contexto histórico sobre por que essa é uma prioridade da empresa gigante da mídia social e as possíveis ramificações que essas alterações terão sobre usuários e anunciantes.
Como o Facebook e o Instagram apoiarão os eleitores nas eleições de 2020 nos EUA
Nesta semana, o Facebook lançou uma campanha que inclui dois recursos ou atualizações críticas para os usuários. De acordo com anúncio oficial da empresa :
“Estamos construindo um novo Centro de Informações sobre Votação, que fornecerá a milhões de pessoas informações precisas, além de fornecer as ferramentas necessárias para registrar e fazer com que suas vozes sejam ouvidas nas urnas.
Nosso objetivo é ajudar a registrar 4 milhões de eleitores este ano usando o Facebook, Instagram e Messenger, e ajudá-los a chegar às pesquisas para que possam responsabilizar nossos líderes”.
O Centro de Informações de Voto funcionará como um centro de informações precisas para o acesso dos eleitores dos EUA, incluindo:
- Como se registrar para votar
- Como solicitar uma cédula de ausente ou por correspondência (dependendo das regras do Estado)
- Alertas eleitorais locais sobre anúncios e mudanças no processo de votação
- Como votar no dia da eleição
- Confira o comunicado completo para obter mais informações sobre o Centro de Informações de Votação do Facebook .
Controle pelo usuário de conteúdo político
Os usuários frequentemente pedem para ter mais controle sobre a limitação de anúncios políticos que veem no Facebook e Instagram.
O Facebook abordou as configurações de transparência e controle de anúncios em janeiro , mas não especificou a data exata do lançamento de quando os usuários teriam controle sobre a redução do número de anúncios relacionados a questões políticas e sociais que veriam.
Na semana passada, a atualização das configurações foi disponibilizada para alguns usuários e continuará sendo lançada para usuários adicionais nas próximas semanas.
O Facebook observou que essa opção está sendo implementada primeiro nos EUA e se expandirá para outros países onde o Facebook “aplicará anúncios sobre questões sociais, eleições e política no final deste outono”.
Duas outras atualizações dignas de nota
O Facebook também está aumentando a transparência dos anúncios políticos, atualizando a aparência deles quando compartilhados por outros usuários.
A partir de agora, quando alguém compartilhar um anúncio em seu perfil ou publicá-lo em uma página, a isenção de responsabilidade ‘Pago por’ será transferida para que outros usuários saibam quem está por trás do conteúdo e quem pagou por ele. Esse não era o caso anteriormente, o que criou confusão para os usuários sobre se o conteúdo que estava sendo compartilhado era um anúncio ou não.
Por fim, novos insights serão oferecidos por meio da Biblioteca de anúncios da plataforma, que acompanhará os gastos com anúncios nas corridas da Câmara e do Senado dos EUA, bem como dos candidatos presidenciais.
Também haverá um rastreador personalizado que permitirá que os usuários comparem os gastos dos anunciantes exibindo anúncios políticos ou de emissão. Para encurtar a história – os usuários agora têm visibilidade dos dólares gastos em campanhas para capturar seus votos.
Colocando em contexto o pivô político do Facebook
O Facebook afirma que esta iniciativa é uma prioridade da empresa que visa ajudar a impulsionar o registro de eleitores, disseminar informações precisas sobre os votos e aumentar a participação dos eleitores.
Desde a violação dos dados da Cambridge Analytica em 2018 , o Facebook foi examinado por seu papel em permitir que notícias falsas e/ou informações politicamente persuasivas se espalhem para seus usuários. Este dia de acerto de contas e pedido público de responsabilização colocou o CEO Mark Zuckerberg no centro das discussões sobre questões políticas e sociais.
A empresa foi repreendida legalmente e enfrentou uma crescente pressão social para se responsabilizar pela incrível influência que exerce sobre o conteúdo gerado e patrocinado pelos usuários, e pelas ramificações que pode ter nas percepções e decisões da sociedade.
Como resultado, a empresa está adotando uma nova abordagem em 2020 para combater as críticas anteriores.
É o suficiente? E isso resolverá o problema?
A nova configuração ‘desligar’ colocou o ônus e o controle de ver os anúncios políticos de volta nas mãos dos usuários do Facebook e Instagram. Agora, você deve determinar e agir sobre o que deseja e o que não deseja ver. Essas mudanças não colocam a responsabilidade no Facebook de censurar anúncios.
Críticos das políticas da empresa, incluindo funcionários do Facebook e o candidato presidencial democrata Joe Biden, argumentam que essa estrutura ainda permite que os que pagam por anúncios divulguem informações falsas que possam prejudicar o público.
Aumentando a intriga – a posição atual do Facebook é bem diferente da postura de não tolerância que o Twitter e o CEO Jack Dorsey estão adotando no mesmo problema.
Dorsey declarou recentemente que o Twitter proibiria anúncios políticos em sua plataforma em todo o mundo. É verdade que o Twitter não tem tudo planejado e a empresa está atualmente trabalhando em novas políticas e um plano que dará vida a essa promessa.
O que significa a mudança do Facebook para usuários de mídia social, anunciantes e profissionais de marketing?
Independentemente da sua inclinação política, você não pode argumentar com o fato de que essas atualizações recentes impactarão a maneira como consumidores e profissionais de marketing abordam as mídias sociais em daqui para frente.
Anúncios políticos se tornaram um padrão para os consumidores de mídia, onde a expectativa era de que os candidatos pudessem pagar para serem ouvidos em uma plataforma. Começando pela TV e pelo rádio e depois expandindo para as mídias sociais, a capacidade de pagar pelo posicionamento e pelas impressões deu aos candidatos com maiores orçamentos de mídia uma vantagem competitiva discutível.
Até o momento, a compra de anúncios políticos em plataformas sociais deu às campanhas a capacidade de alcançar as massas onde seu público-alvo provavelmente consomem (e compartilham) conteúdo e informações. Mas isso pode em breve ser uma coisa do passado.
Na esteira do Cambridge Analytica, aumentando a polarização política e aumentando a agitação social, empresas americanas como Facebook e Twitter estão analisando com atenção o que foi feito até o momento – e agora estão implementando mudanças
As novas políticas da empresa e os diferentes níveis de tolerância ao conteúdo com orientação política mudam drasticamente o cenário da publicidade em mídias sociais e, portanto, o conteúdo que vemos como consumidores.
Independentemente disso, estou curioso para ver como isso acontece.
Essas novas atualizações resistirão ao teste do tempo? Ou será a primeira de muitas iterações feitas pelas redes sociais para permitir que os usuários silenciem ou filtrem a publicidade nas plataformas?
Talvez veremos as mídias sociais seguirem o exemplo dos serviços de streaming, oferecendo aos usuários a capacidade de pagar para pular anúncios.
Só o tempo irá dizer.
Enquanto essa medida sobre anúncios políticos não chega ao Brasil, o Facebook anunciou que está apoiando pelo terceiro ano consecutivo o Comprova, um programa colaborativo que reúne jornalistas de 28 veículos de comunicação de todo país para verificação de notícias.
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Mario RosaNeto
Profissional deMarketing
Jornalista MTB36840